A Bíblia é
formada por muitos testemunhos de homens e mulheres que não temeram os desafios
de seu tempo e colocaram-se a serviço da vontade de Deus. Também nós, “criados
à imagem e semelhança de Deus” (Gn 1, 26), recebemos a vida como primeira
vocação, pelo Batismo nos tornamos filhos amados e convidados a realizar a
vocação cristã, de viver em comunidade.
Dessa forma, a caminhada na fé nos conduz a um
processo de discernimento vocacional, onde a busca pelo autoconhecimento faz
com que saibamos o que realmente queremos e como devemos responder ao chamado
de Deus para realizar uma vocação específica, seja como leigos, no matrimônio, na
vida sacerdotal ou religiosa consagrada.
O discernimento
vocacional não é fácil, pois existem inúmeras possibilidades, muitos convites e
Cristo não nos apresenta uma vida sem sofrimentos e com muitas facilidades,
pelo contrário, Ele diz “tome a sua cruz, e siga-me” (Mc 8,34). Sendo assim, cada
um é chamado a um caminho diferente, para que como São Francisco, possa afirmar
“é isso que eu quero, é isso que eu procuro, é isso que desejo fazer de todo o
coração”.
E é através da leitura orante da
Palavra que estaremos sempre como o “barro nas mãos do oleiro”(Jr 18,6),
sentindo os nossos olhos se abrir e o coração arder(Lc 24, 31-32), motivados a
fazer “silêncio
para ouvir eficazmente a palavra do Senhor e conservar o silêncio depois da
escuta, para que ela continue a permanecer, a viver, e a falar em nós. Façamos
com que ela ressoe no início do nosso dia, para que Deus tenha a primeira palavra,
e deixemo-la ecoar em nós à noite, a fim de que a última palavra seja de Deus” (L’Osservatore Romano nº 044 P06-10).